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Novos posicionamentos das redes sociais para anúncios políticos

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Com várias redes sociais a lançar alterações às regras que permitem que políticos e partidos façam anúncios nas plataformas, o Facebook tem sido pressionado a alterar as regras do jogo. Um dia depois de um dos principais executivos da empresa reconhecer, numa longa publicação na rede social, que a empresa ajudou a eleger Donald Trump em 2016, o Facebook faz um ponto de situação antes das eleições presidenciais, que chega com uma tomada de posição. Numa publicação assinada por Rob Leathern, diretor de product management, a empresa reconhece que “tem existido muito debate ao longo dos últimos meses sobre a publicidade política online e as diferentes abordagens que as empresa têm escolhido”.
A decisão do Twitter e da Google é tida em conta neste comunicado: a empresa de Jack Dorsey optou por eliminar da plataforma este tipo de publicidade e a Google anunciou estratégias para impor limites. O Facebook faz uma escolha diferente: “Achamos que as decisões sobre anúncios políticos não devem ser feitas por empresas privadas”, avança Leathern, repetindo as palavras que já têm sido ditas por Mark Zuckerberg, o dono do império Facebook. Ao longo da publicação, é ainda frisado que a empresa pede uma maior regulação a esta área, que seja “aplicada a toda a indústria”. “Ao contrário da Google, não escolhemos limitar o alcance destes anúncios. Pensámos fazer isto, mas após extensas análises e consultoria, percebemos a importância que estas ferramentas têm para quem quer alcançar maiores audiências, como as ONG, grupos políticos e campanhas, que incluem tanto democratas como republicanos”, afirma a publicação lançada esta quinta-feira.
Além do alcance, outro ponto de discórdia, que até já resultou numa audição de Mark Zuckerberg pelo Congresso norte-americano, diz respeito ao escrutínio e análise das mensagens políticas. Com várias vozes a indicar que a falta de análise da veracidade das informações transmitidas nos anúncios poderá representar um caminho para a desinformação, o Facebook aponta que “baseia [as suas regras de anúncios políticos] no princípio de acreditar que as pessoas devem estar disponíveis para ouvir aqueles que desejam liderá-las, incluindo verrugas e tudo, para que possam analisar aquilo que é dito e debater em público”. Embora fique assente que a rede social não irá analisar ou limitar o alcance das mensagens, o Facebook afirma que “isto não é sinónimo de que os políticos podem dizer tudo aquilo que querem em anúncios no Facebook”, preferindo remeter estes anúncios para as regras de utilização da rede social. “Todos os utilizadores devem agir de acordo com os nossos princípios de comunidade, que são aplicáveis a anúncios e incluem políticas que, banem o discurso de ódio, conteúdo perigoso ou conteúdo criado para intimidar eleitores ou fazer com que deixem de exercer o seu direito de voto”.
Na mesma mensagem, refere que “desativam regularmente os anúncios de políticas que não cumpram as regras”. Mesmo sem mudanças que respondam a uma das grandes críticas à posição do Facebook nos últimos meses, a empresa afirma que “não é surda” e que “continuará a trabalhar com os reguladores e criadores de políticas para continuar o esforço de proteção das eleições”. Sem alterações para partidos, mas há mudanças para utilizadores .
As regras do jogo podem não mudar para os candidatos políticas, mas o Facebook anunciou também algumas medidas viradas para o consumidor, enquadradas nesta área de anúncios políticos. Uma das atualizações permitirá aos utilizadores ver o objetivo de alcance de audiência dos anúncios. Esta ferramenta estará disponível na Ad Library, a área do Facebook onde os utilizadores podem controlar as suas definições de anúncios. Assim, sempre que o utilizador encontrar um anúncio político, poderá ver qual é o potencial alcance que o anunciante espera atingir. Também a Ad Library será alvo de algumas mudanças: o Facebook indica que irá introduzir a pesquisa por frases exatas, para que “eleitores, académicos ou jornalistas” consigam pesquisar mais facilmente.
Mas a grande mudança está ligada à possibilidade de ver menos anúncios. Com as redes sociais a assumirem-se como um campo polarizado no que ao mundo político diz respeito – especialmente nos Estados Unidos – o Facebook indica que “pretende adicionar um novo comando que possibilita às pessoas ver menos anúncios políticos no Facebook e Instagram”. O Facebook indica que estas “ferramentas de transparência começarão a ser disponibilizadas no primeiro trimestre de 2020” e que terão aplicabilidade nos países onde a empresa indica quem é que é o autor do anúncio. Já a ferramenta para ver menos anúncios políticos só será disponibilizada “ao longo do verão”, nos Estados Unidos. No entanto, não é fechada a porta a lançar esta ferramenta a outras localizações.
Fonte: Dinheiro Vivo.PT

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