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Grandes varejistas falam sobre como vender online agora

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Marcio Kumruian, fundador da Netshoes, que recentemente foi adquirida pelo Magazine Luiza, falou, entre outras coisas, do efeito local que a pandemia tem criado sobre o consumidor e que abre oportunidades para pequenos e médios varejistas.

Os grandes varejistas hoje têm limitações logísticas para fazer seus produtos e serviços chegarem às casas das pessoas. Neste cenário, o pequeno e médio empreendedor (PME) do varejo, que está mais próximo do seu mercado consumidor, pode ganhar mercado. A Netshoes oferece, por meio de parcerias de negócios, o seu marketplace que possui milhões de acessos diários, para que PMEs vendam por meio de sua plataforma. Ganham os dois. A Netshoes que amplia seu cardápio de produtos e as PMEs, que expandem o seu mercado local.

Lição 1: Faça parcerias que podem acelerar o seu acesso a novos mercados. Além da Netshoes, para o segmento de esportes, há o shopping virtual do Magazine Luiza,  o Mercado Livre, a plataforma da Olist, entre outras.

Um ponto importante: ter um mindset digital é essencial. Afinal, as ofertas e as vendas estão acontecendo pela internet. Portanto, aprenda a vender pela internet.  Segundo, ter uma boa estratégia de conteúdo (artigos, lives, posts no Instagram) atrelada a oferta do produto ou serviço online é fundamental para impulsionar as vendas.

Lição 2: É hora de mostrar a sua cara na internet. Como já foi dito, as ofertas e as vendas estão acontecendo pela internet. E vão continuar assim daqui para frente.

Já Alexandre Canatella, diretor de negócios digitais do Carrefour Brasil e fundador da foodtech Cybercook (mais de 100 mil receitas e 2,4 milhões de usuários únicos), que há dois anos foi adquirida pelo gigante do varejo numa estratégia de acelerar o processo de transformação digital do Carrefour (entre outras coisas, oferecendo online os produtos das receitas que o consumidor acessa no site do Cybercook – veja um exemplo de conteúdo atrelado à oferta de produtos), falou dos novos hábitos de consumo na indústria da alimentação.

Para Canatella, as pessoas estão mais atentas para o desperdício de alimentos e ainda mais cientes da necessidade de se alimentar melhor, de forma saudável. Saindo da pandemia, ele acredita que esses hábitos serão incorporados ao cotidiano e vão ter um efeito enorme sobre toda a cadeia de produção e distribuição de alimentos. Para saber mais, veja o vídeo.

O Carrefour viu a possibilidade de crescer digitalmente olhando essas tendências não só liderando o comércio eletrônico de alimentos, mas também com a ambição de liderar a revolução de como o consumidor interage com o produtor do alimento e como ele se informa sobre o alimento. O grupo olha isso como parte da sua estratégia de negócios.

Lição 3: A loja é parte da experiência mas não é a única. O consumidor compra na loja mas busca outros caminhos, e o ponto de contato físico fica sendo complementar ao digital.

Já para o executivo Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário, a pandemia mudará as premissas da sociedade, do consumo, da economia e, consequentemente, os planos da empresa de cosméticos. Após registrar R$ 13,2 bilhões de faturamento em 2019, uma alta de quase 10% sobre o ano anterior, o Grupo Boticário viu, pela primeira vez na história, a receita da empresa “zerar” em março deste ano, com o fechamento de suas lojas e fábricas, como efeito do Covid-19.

A reação imediata da empresa foi adiar novos lançamentos, focar nas vendas de produtos da categoria de higiene pessoal e colocar força total nos meios digitais. Lições importantes aqui, que já foram abordadas em outras de nossas newsletters: foco nos seus produtos álcool gel. Em 2019, o Grupo Boticário adquiriu o e-commerce Beleza na Web que tem ajudado a companhia a manter vendas durante o isolamento social.

Lição 4: Otimize seus canais de venda. Segundo Grynbaum, o futuro será ainda mais multicanal. Cada vez mais os negócios “offline”, como vendas diretas e o varejo tradicional, precisarão estar totalmente interligados com os canais “online”.

O futuro dos negócios será cada vez mais “fisital” (união de físico e digital), para usar uma expressão que o consultor Darrell K. Rigby, sócio da Bain & Company, utilizou em um artigo de 2015 da Harvard Business Review, mas que continua mais atual do que nunca.

Segundo Rigby, todo empreendedor precisa de uma lente “fisital”, pois ela “mudará a forma como as pessoas percebem e administram praticamente todas as atividades na vida e nos negócios”.

Lição 5: Adote uma nova lente de negócios. Diz Rigby: “tente usá-la, distancie-se de sua cadeia de experiências com clientes para entender como as tecnologias digitais se aplicam. Integrar o físico e o digital promete transformar praticamente todos os elementos de praticamente todas as empresas, incluindo a sua.”

Em tempo, o esforço online do Boticário, durante a pandemia, está valendo a pena, diz Grynbaum. O Grupo teve um acréscimo de 34% em receitas vindas de novos consumidores, por meio do e-commerce. Ainda assim, o executivo vê que a recuperação do Boticário virá apenas em 2021.

Certamente, a Netshoes/Magalu, o Carrefour e o Boticário vão sair desta crise como novas empresas, no sentido de que vão agir diferente do que vinham fazendo até aqui. O efeito local, a maior consciência do consumidor com relação aos pequenos desperdícios, e a fusão entre o físico e o digital podem estar criando novos negócios neste exato momento ou matando aqueles que não estão percebendo essas mudanças.

 

Fonte: Startese

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